Cantinho da Alma


O olho vê, a mente sente.

A única testemunha que ali existira, e ainda continua viva, são meus olhos. A menina que ali dentro existe, se sente fracassada. Por ter enxergado uma merda acumulativa em sua frente. Segure-me com algemas de aço, pois minha maior arma, esta preste a ser libertado. Meu mau hálito leva veneno até minha mente, onde se passa toda crueldade, que meu corpo e minha alma não gostariam de praticar. Por medo de conseqüências futuras!Pois aqui se faz, e aqui se paga, e por mais que a imaginação fale sim! Os atos são não. Dessa vez não irei segurar a fúria dos meus monstros. Eu já disse e repito, me prenda com fortes correntes, me jogue dentro de um labirinto, aonde a fome vai me come de dor. Vamos brincar de mitologia? Chicotei-me até eu cuspir na sua cara e dizer: - Te amo. Mande-me para o inferno, isso me excita! Tudo isso, vai ser gravado, pela habitante do meu cristalino, a menina dos olhos é má! Ela vai te julgar, sem fé e sem receio de te machucar, um tribunal rápido e triste. Ela foi criada para ser uma boa companhia, mas foi vista, andando com sua inimiga. Amizade falsa? -Não. Apenas um assassinato vai ocorrer pela frente, vai matá-la com uma facada nas costas. Porque isso se torna tão óbvio? Não se anda com um futuro defunto, a não ser que a morte dele seja um planejamento certo, igual à matemática do um, mais um é Dois. Pela Ultima vez eu digo, prenda-me no calabouço das profundezas extintas.  Assim a menina sem visão de bondade, não o maltratará, e deixara a sua vidinha pobre em paz. Sim, sua vida é pobre igual o espírito que te conduz ao caminho do futuro mármore do inferno. Onde você, e o habitante, que foi domado, pelas idéias da menina, vão queimar juntos na profunda solidão.

-


Coração usado


Não te contaria se fosse estranho, porém não deixaria você vê-lo, pois quem sabe um dia, você o machuque. Cada momento que passa você tenta entrar nele. Mas não me leve a mal, já o quebraram uma vez, tentaram colar, com cuspes amargos, e agora ele está meio triste. Mas quem disse que isso não poderia ocorrer um dia? Acontece, com todo tipo de pessoa, até com os piores causadores da doença. Pois eles vão ter, ou talvez já tivessem tido, o sofrimento digno de um criminoso. Sabe, uns anos atrás ele sorria, bombeava de alegria, e as poucas lágrimas que se fez brotar da sua estrutura musculosa, era de emoção verdadeira ou de raros acontecimentos fúnebres.  Caso em algum momento, você conseguir achar a chave mestra da sua fechadura, e em seguida, entrar de vez no seu parque aquático sanguíneo, parabéns! Se divirta bastante, aproveite como se fosse uma viagem para um parque de diversões, onde você um dia terá que ir embora, mas as boas lembranças e os bons momentos que ali você estava, vão ficar guardado no parque vermelho. Tire fotos, dê risadas, faça piadas, se lambuze de prazer, mas não estrague, apenes acostume ele mal, e não se esqueça de mimar ele bastante, pois isso vai ser bonito, gostoso e divertido. Mas na hora de partir, deixe as lagrimas escorrerem tranquilas. É natural chorar, seu papel foi cumprido, com senso de honestidade e de caráter, pois o parque sempre estará lá, para tudo aquilo do que você precisar.

-


O testamento

A morte é a maior certeza que minha alma carrega. Todo fim representa uma fase formulada, completa. A despedida é seguir em frente com dor, e egoísmo de deixar o passado, no lugar dele, mesmo que a saudade venha, e te faça sofrer, como recordações, uma foto no simples jantar romântico ou a fragrância de um perfume barato, usado por leigos. No fim da minha existência térrea, deixo um testamento, onde toda riqueza material conquistada será usufruída pelos meus filhos, aqueles que meu amor crescerá a cada dia. Deixo todo meu gosto pela vida, aos amáveis amigos, verdadeiros, desejo paz aos meus familiares e muito carinho aos meus três mosqueteiros. Foram eles, que me ensinaram a cruel realidade da minha humanidade, e que estavam sempre dispostos a me ouvir, calados; e logo mais, falar pequenas frases, com pureza e sentimentos bons. Eles são a verdadeira graça, que a força de Deus, pode me favorecer. Não chore em minha singela despedida, pequena, pois uma parte de mim ainda estará aqui, cantando com sua bela voz, e observando, a decadência das pessoas. Minha alma gêmea, sempre estará ligada de uma forma, mesmo que uma esteja viva, sofrendo em terra firme, e a outra já tenha ultrapassado as paredes do paraíso. Deixo os aviões, da minha vasta memória ao platônico, cuja curiosidade, nasceu à vontade de amar, esse desejo, está guardado no meio dos livros sagrados, que foi lido, por olhos humanos e destruído pelo Diabo. Deixo também, todo meu sofrimento, à pessoa errada, cuja toda ilusão pouca vivida, foi jogada aos vermes, onde eles, sim, aproveitaram cada gesto, de agrado e amor que pude oferecer, com a pureza do meu coração. Meu coração bombeava sangue, o cérebro recordava vagas lembranças do ocorrido, o testamento em si, não é só pros que amo, e sim os quais me ajudaram a errar, pois através do erro, conheci o certo e a certeza de que errar é humano.


-


Cinzas dos tempos

Ouço a musica tocar, é como se fosse o choro de uma mãe em um parto, onde nasce uma nova vida, um ser puro que vem com a simples esperança de um mundo bom. A bela melodia surge no ouvido das boas almas, que encontra o nascer do amor, uma qualidade que poucos querem criar e muitos desejam destruir, o triste cantar da viúva em desespero ou o leve respiro de um jovem casal vislumbrando seu possível futuro. São fontes seguras de realidade e de dor, uma profunda emoção que nasce nos corações puros ou que apenas sofre o simbólico aborto de um acontecimento abstrato que não haverá. Para criá-lo você não deve o temer, para sofrer, sofra com todas suas forças, para acalmar, acalme-o com toda sua gentileza, para gozar de seus frutos, certifique de que estas bem, para destruí-lo, será fácil, será difícil o reconquistar, pois nada é como antes. O hoje não é igual à ontem. Onde toda a beleza e fantasia do amor foram destruídas por mim e por você, pessoas sem vontade de enfrentar a vida pelos sons que ela promove. Humanos sem caráter, pra dizer sobre o certo, se o correto pode ser o errado de amanhã. A lagrima veio doce, o sangue é quente, sem o conforto ou o possível cuidado, a gota que escorre do olho um dia virá amarga e sem lembranças. Esse dia chegou, trouxe dor, emoção, sofrimento. As fotos são imagens que sobraram. O delicado gosto do suco de uva traz a esperança, e o copo de cerveja, foi destruído por anjos das trevas, que ali olharam e invejaram. O outono chega, junto com as folhas secas, sinfonia dos amantes da madruga. É apenas mais um ar, gelado, com o som dramático de fundo, pois as pequenas flores, que ali restam, logo vão terminar de secar, até o despertar da primavera, para florescer. Isso é igual a minha vontade por você, fria e sem vida, seca sem lagrimas. Apenas, cujas lamentações, irão carregar comigo, até o fim da minha existência, onde minha alma se desprendera deste mundo, escravizado, por leis humanas. E encontrar minha segunda essência da vida no paraíso. Quem me dera, fosse o senhor das flechas, um mero cupido, para juntar as verdadeiras e belas almas na sua vida térrea, cujo meu desejo é amor eterno.

-


Belo corpo, alma estragada.
“Dedico esse curto texto aos reis do dia, e aos vermes da fria madrugada”

Tudo começou por diversão, cigarro era coisa comum, a pedra que não era diamante, virou rotina em minha vida, a bela erva. E que ervas! São magníficas, nos deixa num estado único, nos fecha no nosso próprio mundo. E quem não gosta de ter seu próprio mundo? O melhor era a fome que dava depois, melhor que aqueles remédios, que minha mãe dava quando era criança. Agradecia todos meus santos dias, por ter dinheiro em minha carteira, onde eu possa usufruir de toda essa coisa psicodélica e única. Finais de semana, o belo, brilhante, pó branco, era magnífico, fazia desenhos lindos com ele, usando toda minha criatividade, e com toda minha força, espirava, logo mais, aquela criatividade em cima do meu RG ou de quaisquer planície lisa, desaparecia, trazendo toda minha imaginação, adentro do meu corpo, passando pela minha narina, atingindo meu cérebro. Que loucura! Loucura de verdade, é quando saio com meus amigos, uso doces maravilhosos, melhor que aqueles, que compravam na cantina da escola. Esses eu usava em todas as festas, só as melhores baladas da minha cidade e região, ali eu encontrava, criaturas inanimadas, todas elas passaram pela minha juventude, gato de botas, coelho da Alice, uns anões perdidos, do conto da branca de neve. Enfim, varias coisas bisaras, aconteciam em minha faculdade mental, graças aquelas belezocas. O tempo passou, a família abandonou, as mulheres sumiram do mapa, os amigos se foram, uns ao cemitério, entre outros para o sucesso profissional, e aqui me encontro em um quarto branco, solitário, me sinto um louco ao fim do mundo, e não mais aquele louco admirável e inconsciente. Estava doente, tinha a pior doença de todas. Aquela que o homem criou para matar o outro. Eu sou um dependente químico, luto contra esse mundo, que criei todos os dias, preciso o destruir. O que era legal e excêntrico aos olhos alheios, transformou minha decadência humana, que se um dia eu sair dela, desejarei a morte, onde lá, poderei pagar os pecados, e ser perdoado por alguma luz, que dizem, que la existe.
-

"A Fuga" 

Foi nas montanhas! Lá ,onde o vento vinha do oeste, trazendo um frescor de águas marítimas, mesmo estando a 500 Km do oceano mais próximo.
A sensação foi única, inexplicável, e Nicolas estava lá, sozinho no meio de pedras e árvores gigantes, com galhos extensos, chegava ser mágico e ao mesmo tempo dramático. Pois ele olhava pra tudo, qual quer tipo de imagem que pudesse impressiona lo. Mas não avia nada alem do seu bom cappuccino e seus CDs jogados pelo assoalho de madeira da pequena cabana.
O motivo de Nicolas estar ali? Era fugir!
Na verdade, ele não sabia bem o motivo. Mas uma coisa ele sabia!
Tinha levado contigo fotos da sua melhor amiga Sophia, imagens de seus momentos com sua turma e lembranças de festas e alegrias em sua memória. Na sua pequena caixa de som tocava Dreamer, uma musica apetitosa de Ozzy Osboune, onde ele entrava no embalado da leve melodia, e gotas de lágrimas começavam a escorrer pelo seu rosto! Quando as pequenas gotas de agua chegavam perto de sua boca ele passava sua língua ao redor para apreciar o sabor da dor que ele sentia. Lágrimas salgadas, tão salgadas como o mar, que estava ali, aproximadamente a 300 milhas do seu pequeno esconderijo.





Todos os textos dessa página são autoria de Pedro Ivo C. Negrão

Nenhum comentário: