sábado, 19 de junho de 2010

HB - my dirty lil secret

Encontro-me em um daqueles momentos nostálgicos e isso sempre acontece quando coloco esse CD pra tocar. As lembranças voltam rápidas como estrelas cadentes, que passam por você em um piscar de olhos. E então, diz a lenda, que se pode fazer um pedido, e depois é preciso torcer para que ele se torne real. Já com as recordações isso não é o suficiente, não adianta apenas desejar com todas as suas forças pra viver com aquelas pessoas novamente, ou fazer tudo aquilo de novo. Simplesmente não acontece, e mesmo que fosse possível, nunca seria como foi há anos, meses ou dias atrás. (...) Mas a questão é sobre "o que" essas músicas me fazem lembrar. Volto uns dois ou três anos no tempo. Lembro de tardes solitárias, mas eu sabia aproveita-las bem, da maneira como me sentia melhor. Sentava-me na cadeira e ficava ali quietinha por horas, apenas lendo. Lia mais e mais uma história, sem me cansar. Recordo-me de dias onde chorava em algumas partes dos contos, chorava de soluçar, como se fosse o meu coração sagrando, agonizando junto ao sofrimento das personagens. Talvez isso acontecesse por saber que não se tratavam de simples personagens de histórias comuns. Eu os conhecia, os amava. Sabia bem quem eles eram e o que faziam. E me aliviava inúmeras vezes o fato de que eles realmente nunca haviam passado por aquelas coisas, em outras vezes me dava raiva saber que aquilo tudo não era real, porque eu gostaria imensamente que fosse. Eram tantas as histórias, tantas escritoras e tradutoras, mas o casal era sempre o mesmo. Sobre os únicos que eu conseguia (consigo) ler. Muitas pessoas achariam um horror, nojento, e qualquer palavra grotesca que se possa imaginar, mas pra mim, tudo se resumia em "amor". Quando eu lia sobre aqueles dois garotos, o moreno alto e - geralmente - o loirinho indefeso, eu voltava a acreditar que o amor existia, que existia alguém que lutaria com a vida pra lhe fazer feliz, que cuidaria de você, te respeitaria, que não desistiria por mais confuso e complicado que o momento fosse. Aquela dupla me arrancava suspiro e lágrimas com cada beijo ou abraçado dado, cada vez que o maior dizia "Estou aqui, pequeno. Não tenha medo", o meu coração disparava a medida que as canções iam tocando ao fundo. Todas elas tinham letras que se encaixavam perfeitamente com as histórias como se tivessem sido escritas para elas. Todos sabem que na vida real, eles são o que são: apenas bons amigos. Entretanto, isso não impede ninguém de imaginar e colocar no papel cenas lindas, dignas de romances clichês. E eu sei que eles não se importariam, porque o brilho nos olhinhos dos dois quando se encaram, não é algo que se possa inventar. Isso realmente acontece e é a coisa mais fascinante que se possa ver. Eu os amo tanto, sinto tanta falta de tudo que lia, mas jamais irei esquecer, pois o único desejo que pode se tornar real nesse caso, é guardar pra sempre na memória lembranças tão gostosas quanto essas.

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