Quando ela era pequena, gostava de tentar adivinhar seu próprio futuro. Sonhava em se casar, ter filhos, construir uma família assim como aquela a qual pertencia. Ao imaginar seu grande e único amor, via um belo sorriso, vestido como um cavalheiro, trajado em coragem. Era ele. Tão lindo quanto os príncipes que via em seus filmes favoritos. Era ele, e nele ela confiava. Sabia que a salvaria de todos os males desse mundo, assim como nas histórias de finais felizes. Por isso, não se preocupava com o resto. Se teriam comida na mesa, ou roupa pra vestir. Isso parecia fácil, naquela época. Ela acreditava que disso, a vida por si própria cuidaria. Seu propósito seria apenas dar e receber amor. Se perderia em serviços domésticos, e ao fim do dia, passearia com toda a família em uma praça qualquer, aonde comprariam uma bola colorida para o filho mais novo. Ao chegar em casa, colocaria as crianças na cama, dando-lhes um beijo estalado na testa. Deitaria, mais tarde, ao lado do marido, esperando ter sonhos bonitos durante a noite, e se por acaso, tivesse um pesado, ela sabia que os braços de seu príncipe estariam próximos, prontos a ajuda-lá. Tudo, enfim, parecia certo. (...) Mas ela cresceu, e hoje, sabe que a vida não é como nos contos de fadas. É totalmente imprevissivel e está longe de se parecer como em seus sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário