sexta-feira, 4 de março de 2011

last time before you go

          Na última vez que estive em sua casa, alguns meses atrás, sentia a dor viva de nosso adeus. Sentada à mesa, olhando ao redor, o mundo parecia ganhar proporções maiores em minha mente, e eu sabia que logo você estaria longe, oceanos de distancia, e nada mais seria como antes.
         Quando meus pais vieram me buscar naquela noite, eu tive que dolorosamente, dar-te aquele abraço cheio de incertezas, carregado em desespero, suplicando-te secretamente para que não fosse embora, mas não havia escolha.
         E em poucas palavras, uma promessa foi feita. Um elo que nos manteria unidas, fortes, persistentes. Prometemos não chorar, e eu ria em nervosismo, tentando me distrair quando, na verdade, sangrava por dentro e mantinha as lágrimas salgadas escondidas em algum lugar no fundo dos olhos.
         Enquanto o carro andava devagar e o seu rosto ia desaparecendo do campo de visão, desejei estar em um pesadelo. Pisquei repetidas vezes tentando acordar mas, infelizmente, não foi o que aconteceu. Eu estava vivendo na realidade, e ela se tornara bem mais fria, apesar de estarmos no fim do inverno. Minha realidade sem você não fazia sentido, nunca fez e nunca fará. Então, continuo esperando você voltar. 


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