segunda-feira, 11 de julho de 2011

Toque minha mão.


Mais um sábado... E ali estávamos nós, esperando nosso horário para entrar em cena e agitar a galera que já começava a lotar o local. Nessa noite eu vestia uma simples camiseta branca, jeans, e mantinha meus cabelos levemente bagunçados, uma vez que estavam bem maiores do que costumavam ser.

Alguns minutos para aquecer a voz, seguido de um “ritual” de boa sorte que sempre fazíamos, você sabe, um abraço entre todos os caras enquanto dizíamos algo como o nome da banda. E as luzes se apagaram assim que fomos anunciados pelo dono do local. “No Way Out.” As pessoas aplaudiam e repetiam o nome da banda. Respirei fundo e entrei no palco seguido dos outros garotos. Jogos de luzes tornavam o clima bem mais descontraído enquanto a primeira música era introduzida...
Logo ela chegou ao fim. As luzes se acenderam, deixando o local iluminado e me permitindo ver nitidamente os rostos de todas as pessoas ali.

A segunda música do nosso repertório era mais lenta... Geralmente eu a cantava sentado na beira do pequeno palco, assim podia prestar mais atenção nos nossos fãs. Amava quando via alguém cantando comigo. É realmente bom ver que aprenderam a cantar as músicas da sua banda. E assim eu estava, sentado, semi cerrando meus olhos enquanto escutava Tom, dessa vez com o violão em mãos, fazendo a introdução.

Foi quando meus olhos pararam sobre uma pessoa. Entre todas aquelas outras espalhadas pela casa - que estava cheia -, observei um jovem sentado em um dos banquinhos que havia no pequeno bar ao fundo. Ele não deveria ser tão mais novo que eu, uns dois anos, talvez. Tinha cabelos curtos, negros, mas estavam quase que por completo escondidos pelo chapéu – estiloso - que ele usava.

Por um segundo, posso jurar que nossos olhos se encontraram. Foi quando me dei conta de que já deveria ter começado a cantar. Tom olhava pra mim como quem dizia “Que porra é essa? Canta!”. Eu suspirei, e minha voz saiu, um pouco baixa, mas logo continuei normalmente. Meus olhos não saiam daquele garoto, e ele me encarava também, agora eu tinha certeza disso. Ele tinha algo no olhar que prendia totalmente a minha atenção. Droga. O que estava acontecendo?

(Saudades da época em que escrevi isso. Saudades imensas de tudo que eu lia, tudo que eu escrevia, e do quanto esse amor me fazia bem. HB é pra sempre, ainda que tenha ficado pra trás.).


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