- Eu meu perguntei o porquê disso tudo... - as mãos de Catarine tremiam levemente, mas ela não sabia se o motivo era a própria fraqueza do corpo ou o nervosismo do momento - Todas as noites, enquanto minha saliva se misturava com as lágrimas salgadas, eu me perguntei o porquê e nunca tive uma resposta. Às vezes eu abraçava forte o travesseiro e respirava fundo só pra ver se doía menos, mas não passava. Às vezes eu lavava o rosto, e encarava os olhos vermelhos no reflexo do espelho, e te amaldiçoava por não ter ficado ao meu lado. Você costumava dizer que eu era frágil, e não queria que alguém, um dia, me fizesse mal. Parece até mentira... Ah, talvez fosse. Não seria a primeira, não é mesmo? - respirou fundo, recompondo-se.
Quer saber, a vida cuida de gente assim. Cuida igual você cuidou de mim.
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