sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Rio, rio, rio, amor.



     Eu já vi, ouvi, e “vivi” tanta coisa sobre amor. Sobre relacionamentos. Sobre como eles deveriam ser e como eles são. Sobre o que é certo. O que é errado.
     E no final das contas, continuo sem saber.
    A verdade é que eu sinto como se estivesse parada, no centro de um rio bem fundo, com apenas duas opções para escolher.
   Posso continuar nadando, com um esforço quase sobrenatural, tirando fôlego lá do fundinho da alma, pra chegar até a outra margem. E talvez, só talvez, eu encontre algo bom, além de ganhar como prêmio aquela sensação serena de missão cumprida.
     Mas, ainda tenho a segunda opção.
    Se o medo pelo desconhecido for muito grande, eu posso simplesmente voltar. Posso nadar todo o caminho de volta, com a consciência queimando, por saber que o esforço feito para chegar ali foi em vão.
     E analisando dessa forma, parece fácil escolher. Mas não acho que seja.
     Caso eu volte, sei exatamente o que vou encontrar. Sentimentos e situações que eu já conheço com a ponta dos dedos. Feridas cicatrizadas. Não me machucam mais. Já aprendi a lidar com todas... Mas, caso eu continue, se é que o cansaço vai permitir que eu chegue até a outra ponta do rio, não faço ideia do que me espera. Não sei se vou ser capaz de lidar com tudo. Com você. Comigo. Com a gente.
      Todos os pensamentos se misturam e me confundem.
     Se eu fosse criança e estivesse com aquela velha e colorida bóia envolvendo minha cintura, eu sei que não estaria com medo. Geralmente, isso me dava tempo pra pensar. Ficar “boiando” era um dos meus hobbies favoritos, mesmo fazendo isso poucas vezes no mês. Quando eu tinha a chance, passava horas olhando pra cima, sentindo a água amolecer minha pele lentamente. Tempo pra pensar. Tempo pra decidir esquecer o garoto bonito da quinta série.
      Agora, infelizmente, não posso me dar esse luxo.
     Preciso de uma decisão imediata, porque nem bóia eu tenho mais. Minha sorte é ter aprendido a nadar, mas isso não vai me manter segura por muito tempo.
      Droga.
      Mais um segundo nessa indecisão e eu sei que vou afundar.




3 comentários:

Juliana Guedes disse...

Lindo texto, o amor é isso mesmo. Não dá para entender.
beijos

Anônimo disse...

bem legal o texto si ler de uma boa forma se ve a logica
bjoo
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Vane M. disse...

Oi, Laís. Quando mergulhamos às vezes afundamos, e às vezes saímos renovadas...não há como saber sem correr o risco! Um abraço!