terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

(a falta que você me faz).

Já anoiteceu e, novamente, sou tomada por aquela sensação de que algo está fora do lugar. Arrumei o quarto todo e até mesmo os sapatos foram organizados em fileiras impecáveis. Tomei café. Lavei um pouco de roupa. Segui uma lista de afazeres que deveriam ter trazido algum alívio pra essa inquietação aqui dentro.

Engano meu.

O que restou foi inconstância. Pensar que está bem quando, na verdade, desmorono com cada foto de casal feliz que paira pelas redes sociais. Check in em restaurantes de comida japonesa. Fotos de  pernas e telas com logo da Netflix.

Nossa.

Quero ignorar essa invejinha (branca?) que nasce aqui dentro, mas, estou falhando miseravelmente. Preciso assumir, de uma vez por todas, que dói não ter você nesses finais de dia pra contemplar o céu ganhar nuances mais escuras. Pra ver outro episodio daquela série que estamos acompanhando. Ou apenas me abrigar no abraço caloroso e revigorante que construímos juntos.

Então olho ao redor, meus fones de ouvido gritam canções de amor, sinto o frescor da noite entrar por uma fresta da janela, e a ficha vai caindo... Solitária, tento lembrar do quanto devo ser grata. Ainda que não tenha você ao meu lado agora, sei que tenho tanto a agradecer por você simplesmente existir.

Depois de tantas palavras escritas e ditas em vão, há uma razão pra acalmar minha instabilidade aflorada. Essa distância machuca, dói, tira o brilho dos meus finais de domingo, feriados, dias corriqueiros perdidos no meio da semana.

Mas ela não é permanente e pensar nisso me acalma. E tentando me acalmar, sigo esperando o próximo dia juntos, no qual por mais excêntrica que nossa mistura possa ser, levo a certeza de que faremos dar certo. Sempre.


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