sábado, 1 de outubro de 2011

Do you believe?

Certa vez, em meados de Junho, quando o primeiro frescor do inverno começava a surgir, Nicollas visitou uma velha senhora, cujo talento era ver além do que nós, meros mortais, podemos enxergar. Dúvidas o incomodavam fazia um bom tempo, e ele soube que estava na hora de se livrar delas, ou então, ter um pequeno vislumbre do que o futuro lhe guardava. Seus sentidos estavam aguçados em curiosidade para descobrir, experimentar, explorar o desconhecido. Escondia no fundo dos olhos cor de amêndoas, uma chama ardente, que parecia reluzir cada vez que pensava nos mistérios que o cercavam.

- Entre - disse a senhora, conduzindo-o até uma cadeira, na pequena sala de paredes brancas. Nicollas, com o olhar de criança que entra em uma loja de brinquedos, observou cada parte e objeto existente no cómodo, maravilhado. Tentava decorar tudo que seus olhos pudessem captar para que depois, descrevesse exatamente o que viu para Sophie.

A voz rouca da velha senhora o despertou do pequeno transe, e aos poucos, ela começou a traçar um modesto perfil de seu cliente, que sorria e afirmava balançando levemente a cabeça. Nicollas sentia-se bem, relaxado, como se estivesse em sua própria casa conversando com uma conhecida de longa data. Confiava naquela mulher, e ela por sua vez, demonstrava-se interessada em ajudar o rapaz. Ele queria a verdade? Ela o daria. Disse, com cautela, breves relances do que ele poderia esperar para os próximos meses, o deixando empolgado.

Nicollas pensou em Julie. Queria saber se tudo se encaixaria, se ele e Sophie ainda teriam uma chance de salvar o elo que os uniu e se sorririam juntos novamente.

- Não se preocupe. Vai dar certo. - a velha respondeu sem que ele precisasse mencionar uma sequer palavra. Por um segundo, ficou assustado. Ela lhe lançou um sorriso doce, acolhedor, e inebriado pelo cheiro de incenso, sentiu seu corpo relaxar outra vez.  Sua mente vagou até Sophie, precisava contar isso à ela. Sabia que as esperanças da pequena haviam diminuído dia após dia, e queria lhe dar um motivo para continuar acreditando em um futuro positivo e cheio de alegria. Julie ficaria bem, eles ficariam bem. Estava tudo escrito.

(...) 

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