quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Halloween, part1.

A pequena desceu apressada do carro, deixando seus pais para trás com um "até logo" abafado. Segurava sua mochila em uma das mãos e apertou o interfone com a mão desocupada. Entrou na garagem assim que o amigo abriu o portão, e depois de alguns segundos já estava dentro da casa do garoto, jogando sua bolsa sobre o sofá, como de costume.

- Emily vem? - perguntou ela, indo em direção à sala onde o rádio tocava.
 O maior abaixou um pouco o volume da música, sentando-se no tapete que ficava entre as duas poltronas cor-de-rosa.
- Disse que sim... - pausou - 'cê sabe... - riram de algo que só eles entendiam, e depois continuo - ela disse que vem sim. Só estava esperando a mãe dela chegar.
Desistiram das canções e foram até a cozinha, onde o garoto mostrou a abóbora que tinha comprado um pouco antes dela chegar. Sophie sorrio, e concordou com ele que não era a abóbora mais bonita que já vira na vida. Aquela grande esfera alaranjada tinha um lado maior que o outro, e pra completar, nem era tão alaranjada assim. Sua coloração se dividia com mais dois tons: verde e amarelo. Era difícil encontrar frutos como este nos mercados da cidade, ainda que estivessem na época do 'halloween', os brasileiros não davam muito valor pra essa data comemorativa. Mas isso não seria motivo pra estragar a animação dos jovens, iriam corta-la, molda-la, colocariam até um nome e se divertiriam como se estivessem vivendo em um legitimo 'dia das bruxas' americano.

Emily não demorou a chegar, e assim que entrou foi recebida por um abraço caloroso da amiga que repetiu a velha frase "que saudades", já que elas não se viam com tanta frequência. Depois, foi a vez de Nicollas abraçar a morena. Ela se desculpou pelo atraso e disse que não estava se sentindo muito bem, tinha trazido alguns remédios, e iria toma-los caso piorasse. Eles esperavam que a dor realmente fosse embora, e nada atrapalhasse a noite divertida que pretendiam ter.
Voltaram à cozinha para começarem seu projeto. Emily sentou-se ainda desanimada, e a pequena se apressou a ajudar o amigo com a abóbora. Pegou uma faca e começou a cortar em cima dos riscos já traçados, tentou uma vez, e outra, desistindo em seguida.
- Tá bom, Nick! Corta você... Vou ficar conversando com a Emily.

- Amiga, eu tenho muita coisa pra te contar - a menor deu ênfase na palavra 'muita', como sempre fazia, afim de despertar o interesse da outra. Esse era um de seus truques para que a morena ficasse curiosa e a conversa se tornasse mais interessante, com aquele ligeiro tom de "fofoca do momento".
- Conta tudo! - pediu Emi, já se esquecendo da dor e se entregando ao dialogo demorado que a pequena começava a traçar.

E elas passaram longos minutos assim, até que Nick tivesse, finalmente, terminado seu trabalho. Ele colocou a abóbora em cima da mesa, e todos a encararam com satisfação nos olhos, como se fosse uma grande obra prima a ser contemplada. Não estava tão ruim, afinal. Agora só faltava o nome da criação e ela estaria realmente pronta para o ensaio fotográfico que a esperava.
Enquanto eles andavam até a sala, e a menor ia segurando o fruto firmemente entre seus braços, iam pensando em nomes que pudessem combinar com a abóbora. Emily falava vários que faziam os amigos rirem.
- Esse não, Emi. - Nicollas repetiu pela milésima vez, deixando a amiga um pouco desapontada.
- Gente... - a menor fez um bico, deixando a abóbora no chão, ao lado do sofá - Não pode mesmo colocar 'Halle'? - ela sempre insistia com esse nome, sobre tudo que deveria ser nomeado.
Os dois morenos se olharam e depois encararam a pequena, dizendo em coro:
- Não!
Ela aumentou o bico, mas acabou cedendo - Tá bom.. - fez uma pausa, e continuo com os olhos brilhantes - Pode ser 'sunshine' então? É que tem uma música.. - E mais uma vez, ouviu um ''não'' vindo dos dois.

A escolha do nome estava sendo mais difícil do que pensaram que seria, e por isso, resolveram deixar pra mais tarde. Nicollas precisava levar algumas coisas para o vigia que guardava sua rua, e as meninas, saltitantes e em busca de 'travessuras', o acompanharam. Afinal era Halloween, e tudo pedia um pouco de agitação e maldade.

(...)

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