segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Inverno, sinto sua falta.

          Ah, como eu amo ter que tomar banho às três da tarde, antes que o tempo esfrie demais e transforme seu tão esperado momento pra relaxar, em uma tortura sem fim. Como eu amo aquela diferença térmica ao tirar suas toneladas de roupas quentinhas, e o ar gélido bater contra seu corpo todo, fazendo cada pelo se arrepiar. Amo também dar passos longos, e ir quase voando até o chuveiro, ligando-o em uma velocidade maior ainda, só pra água fervendo cair sobre a pele, esquentando-a mais uma vez. Imensurável é o meu amor por passar horas a fio ali, quietinha, embaixo do líquido quente, pensando na vida, enquanto o mundo esfria lá fora. E eu não me importo, não sofro, e não reclamo de ter que sair depois e, novamente, sentir a onda gélida envolver meu corpo. Também não ligo se tiver que sair de casa quando o sol já foi dormir, e ter que me enrolar em meia duzia de casacos, cachecóis, calças e luvas. Eu aprecio o movimento lento pra andar ou se mexer devido a tantas roupas. Eu gosto daquela fumacinha que sai da boca quando o ar quente do seu organismo se encontra com o ar frio das ruas. Acho adorável as bochechas ou a ponta do nariz ficarem vermelhas. Pode parecer loucura, mas vejo beleza até no nariz escorrendo e na garganta raspando. Eu realmente amo cada particularidade do inverno e do que ele trás consigo. Das coisas boas, e das ruins também. Porque quando se "ama", ama-se por inteiro. E o meu amor pela estação é bem maior do que o tempo que ela dura. Então, conto os segundos pra tê-la de volta.



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